Gestão por quem gerencia e para quem gerencia

Este é o Blog do Professor e pesuisador Gabriel A. L. A. Castelo Branco.

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sexta-feira, 12 de março de 2010

A gestão pelo ódio

Curioso mas é isso mesmo, tem gente que gerencia com ódio. Ódio de tudo e todos.

Tem gente que tem raiva de gente, sei lá porque cargas d'água.

Chegam ao trabalho, não dão bom dia a ninguém e normalmente a palavra que mais pronunciam é o NÃO. Também normalmente pronunciam essa palavra em alto e bom tom, para que todos a entendam, mesmo sem ter que compreender o que se passa ou mesmo sem ser afetados pela negativa, ora pronunciada.

Essa palavra é dita, muitas vezes, de forma soletrada, N – A – O – ~ , NÃO. E de tanto que esses gestores falam essa palavra, quem é de fora ou quem é recém contratado chega a pensar que é tique nervoso: não, não, não, não...

Alguém lhes deseja bom dia e a resposta quase vem "NÃO". Algumas vezes vem mesmo...

Mas esse tipo de gestor, do grupo dos que gerenciam com ódio, são os menos ofensivos. Jogam na retranca, não ouvem, impõe sua verdade e normalmente querem que "o mundo se exploda". Mas falam, são objetivos e transparentes.

Digo e afirmo que são menos ofensivos, porque que sua postura é conhecida, eles dizem o que pensam e gerenciam como pensam. O que tem que mudar neles é outra coisa. Quem sabe um belo trabalho de coaching não os ajude a superar a insegurança, questão tão comum entre eles. Ah, se não der o coaching sugiro tratamento psiquiátrico mesmo (medicamento pode ser útil).

Mas senhores e senhoras, cuidado com o subgrupo "NÃO, MAS MAQUIAVÉLICO", esses daí são perigosíssimos. Jogam na retranca, quase não falam e quando falam usam da palavra para reclamar, inquirir (com tons da inquisição espanhola mesmo – se não me responderes o que desejo lhe jogo na fogueira, infiel) e fundamentalmente para cobrar.

Trata-se do subconjunto, desse grupo, que não pronunciam a palavra, mas que escolhem outros meios de comunicação para serem entendidos. Eles se comunicam por atos e fatos administrativos. Algumas vezes, mesmo, por omissões.

É o grupo do NÃO-mudo. Eles são tão previsíveis quanto os outros. Já se espera que quando algo lhes for solicitado a resposta esperada seja o NÃO. Aliás, quando dizem SIM há quem comemore o fato e há quem se preocupe, "será que ele está bem? Algum problema?".

O problema é que esse grupo de pessoas gosta de se sentir advogado, promotor, juiz e júri. Tudo ao mesmo tempo. Mas se consagram no papel de algozes. É amigos, os julgados são sempre condenados por esses gestores.

O caderninho de anotações mentais desses gestores tem sempre a mesma cor, preta (aqui não há qualquer alusão ao modelo fordista de produção). Quase não existem registros positivos sobre ninguém. Interessa muito mais a esse perfil de gestores "saber dos podres das pessoas".

Em tempo, os eventuais registros positivos que podem ser encontrados nas suas anotações mentais tratam, normalmente, das ações de superiores hierárquicos, por motivos quase sempre óbvios.

Quando há a necessidade de se dar valor a algum funcionário subordinado ou colaborador, meu Deus que sacrifício. Eles só o fazem por que o bom senso, ou seu superior (não necessariamente nessa ordem), assim o condenam. Condenam. São pessoas complicadas, mesmo!

O relacionamento com esse tipo de gestor é estranhíssimo. Como você não sabe o que esperar de pessoas como essas,logo, tome sempre medidas conservadoras. Quem não é visto não é lembrado; quem não é lembrado não é julgado; quem não é julgado não é condenado. Impressionante, quem não é visto pode ser promovido.

O melhor relacionamento com elas é o não-relacionamento. Corra. Fuja. Invente qualquer desculpa esfarrapada, mas não esteja disponível nunca para esse tipo de gente.

Mas se for inevitável o relacionamento, há um procedimento que vem mostrando resultados eficientes, trata-se de uma derivação da lógica da navegação: a melhor forma de quebrar uma onda é indo contra ela, de frente. Resolva a questão de uma vez e termine rápido, da forma como solicitado. Não pense, faça logo da forma como pedido. É estranho, mas funciona.

A incapacidade e a inabilidade dessas pessoas em gerenciar são óbvias. Os erros e as falhas de sua gestão também. Os resultados atingidos são questionados com o passar do tempo.

Me pergunto como esse tipo de gente chega tão longe, gerencialmente falando? Política? Oportunidade? Sorte?

Se for sorte, é só deles. Azar será o nosso.

Fui.

@castelodf

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