Gestão por quem gerencia e para quem gerencia

Este é o Blog do Professor e pesuisador Gabriel A. L. A. Castelo Branco.

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quinta-feira, 9 de abril de 2020

Gestão online: onda ou Tsunâmi?

Gestão online: onda ou Tsunâmi?

por Gabriel Castelo Branco

Um pensamento atribuído aos antigos sábios chineses dizia que ao se desejar “tempos interessantes” para alguém isso significaria prever momentos de tribulação, de agitação, de mudanças e mesmo de  dificuldades, ou seja, de falta de tranquilidade e de paz, já que em momentos de calma e estabilidade, um sentimento de suavidade e calma, serviam para a evolução do pensamento, para se conseguir a felicidade. dessa forma tempos interessantes implicam em tempos difíceis, perigosos, fluídos.

Aparentemente,  estamos vivendo desinteressantes.

Contudo, em uma vez em momentos de atribulação, de desconforto, ou mesmo de risco, podemos experimentar a possibilidade de marcar processo de evolução e crescimento.  A superação de desafios envolve a necessária construção meios de processos que levem  novos padrões  sob diversos aspectos.

Como diria Charles Darwin, não sobrevive o mais forte, mas quem melhor se adapta. O darwinismo, a teoria por ele proposta, era baseada, entre outros fatores, nos princípios da seleção natural, o que explica como ocorre a evolução das espécies.

Aparentemente, precisamos nos adaptar para superar esses momentos interessantes que estamos vivendo.

Dessa forma, proponho alguns questionamentos sobre nossas atividades profissionais, em tempos de Covid-19, não resta dúvidas de que o impacto da proteção à saúde esbarra em aspectos econômicos que também vão impactar essa mesma saúde. Aspectos do cotidiano profissional sobre o “o que fazemos?”; “como fazemos?”; e, “com o que fazemos?”.

Não resta dúvidas de que a tecnologia surgiu como uma grande aliada. Obviamente, não servindo a todos e em qualquer situação, mas seguramente indicando uma alternativa viável para diversos segmentos e atividades que encontraram a possibilidade de rever seus conceitos e suas práticas.

Hoje podemos falar mais abertamente em gestão online, uma grande ferramenta que precisa ser melhor explorada, entendida e desenvolvida, sob diversos aspectos. De uma hora para outra ingressou em nosso cotidiano mexido, bagunçado, desses momentos que vivemos de forma avassaladora em muitos casos.

O grande impulsionador dessas mudanças, desse momento, é a necessidade que pode encontrar apoio na busca de respostas e alternativas nas novas tecnologias. Mais que a internet, base fundamental, os aspectos de interação, comunicação e disponibilidade de mecanismos, até de automação, estão cada vez mais presentes e populares sob múltiplos aspectos de nosso cotidiano.

O deslocamento das pessoas, por hora não recomendado e não desejado, se transformou na questão de maior incômodo nas relações atuais, um ícone do momento, e vem deixando suas marcas. Uma questão que por si só já deveria ser alvo de revisões e reflexões.

Para gestores em particular, suas tarefas cotidianas envolvem aspectos de tomadas de decisão, acompanhamento, coordenação e controles de tarefas diversas também sofreu impactos e a identificação de alternativas só foi possível já que que muitas dessas tarefas puderam ser realizadas de forma remota, por que não dizer online.

A necessária revisão e adaptação de rotinas profissionai , a mudança de paradigma para muitos, requer que uma série fatores seja considerada e que algumas medidas sejam observadas, mas os benefícios já percebidos são grandes.

Já se percebe, há algum tempo, que o deslocamento das pessoas gera impactos diversos, nem sempre positivos sob múltiplos aspectos.

A aglomeração dos centros urbanos gera impactos, que vão das questões sociais, econômicas, chegando até aos aspectos de sustentabilidade. A redução do volume de pessoas trafegando, se deslocando, para atividades rotineiras e que poderiam ser realizadas remotamente, reduziria muitos desses impactos negativos, hoje mais facilmente observados e percebidos por mais pessoas.

Para que isso possa acontecer, contudo, algumas questões surgem e vão além da questão cultural, por só um fator de grande relevância, mas objetivamente esbarram as questões como acesso a dados, meios tecnológicos, sua segurança e garantias de disponibilidade.

Sem falar da interface desses meios com os seus respectivos usuários, que jamais deve ser fator limitador, os meios disponíveis para a condução das rotinas e atividades cotidianas, estão cada vez mais disponíveis e acessíveis.

Cada vez mais coisas são feitas pela Internet, e cada vez mais coisas estão disponíveis na Internet, também. Hoje a Internet está nas coisas. São ferramentas comuns, como editores de texto e planilhas eletrônicas, caminhando lado a lado com ferramentas de videoconferência, audioconferência e troca de dados. Observamos que até sistemas robustos, e proprietários, estão a caminho para integração com esses novos meios e mesmo com novos sistemas.

Assim, é possível estabelecer critérios e processos gerenciais,   que conduzam as atividades e rotinas na de acordo com os novos limites e necessidades, em organizações de qualquer porte.

Ainda é possível observar outros ganhos  nesse novo ambiente, que normalmente não seriam perceptíveis nos chamados momentos de normalidade, quando das relações cotidianas,  entre pessoas  fisicamente próximas. já é possível ouvir e ler relatos que indicam ganhos com essa relação mais distante das pessoas.

Um primeiro relato, que ouvi em uma conferência via internet, dava conta de que a distância tem tornado as reuniões de trabalho cada vez mais objetivas. São encontros virtuais cada vez mais rápidos, objetivos e assertivos, e que de acordo com depoimentos observados, mais positivos.

Como as pessoas não se deslocam, acabam por se tornar mais disponíveis para as atividades, mais rapidamente e em horários também mais flexíveis, o que maximiza a atenção e diversifica a quantidade de ações necessárias a um ou mais aspectos do cotidiano do gestor. Assuntos de natureza mais ampla e diversificada acabam sendo tratados por gestores de forma mais célere e em espaço de tempo cada vez menores.

Por outro lado, esse mesmo distanciamento físico acaba tornando o contato humano mais frio, duro, seco. Uma questão que merece ser considerada e avaliada, frente à necessidade de relacionamento das pessoas.

Entre as questões que agora  estão me chamando atenção estão:  a necessidade se considerar aspectos de gestão do tempo, a necessidade de construir processos gerenciais baseados objetivos,  a criação de novos mecanismos de controle,  o desenvolvimento mecanismos de cobrança  e aspectos relativos à produção pessoal de cada membro da equipe.

De forma mais ampla, geral, ainda caberá outras análises e estudos relativos a aspectos de: análise de risco nesse ambiente; mudança de perfil do consumo e do consumidor; absorção de tecnologias; consolidação de mercados; produtividade e ambiente familiar; entre tantos outros ainda não tão claros.

Contudo, até aqui, é difícil imaginar que o mundo volte a funcionar nas bases anteriores a crise, covid-19, na forma como era antes.  Não resta dúvida de que esses elementos servirão como  critérios de comparação entre empresas e organizações, de diferentes países e arcanjos mundo afora.   Seria esse um dos reflexos da quarta Revolução Industrial? Até que ponto estamos realmente  aptos, adaptados  e conscientes desse momento? Fico imaginando, o que Chaplin faria hoje, que Tempos Modernos são esses?